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miércoles, 19 de septiembre de 2012

Para mães canguru! Ensaio fotográfico gratuito pela Semana do Babywearing

Vamos comemorar em tribo a Semana Internacional do Babywearing?

Dia: Domingo 21 de Outubro de 2012.
Hora: Das 9:30h às 11:30h.
Lugar: Parque das Águas de Campinas, próximo ao Parque Prado. Clicke aqui para ver mais do Parque e saber como chegar
-Leve algum lanchinho e bebida para o Pique Nique-

Se você é uma mãe canguru, adora levar o seu filhote sempre ao alcance dos seus beijos desfrutando da liberdade de movimentos e atividades que o sling te oferece, venha comemorar conosco! Faremos um lanchinho conjunto e desfrutaremos de uma manhã de passeio e brincadeiras com os nossos filhos de qualquer idade. E se ainda não é uma mãe slingueira, é a oportunidade ideal para se informar, se interessar e experimentar! Vai adorar esta forma de relacionamento com o seu bebê.

MamaÉ propõe, enquanto curtimos todos juntos, realizar uma sessão de fotos lindas para comemorar -e poder guardar como lembrança- este vínculo maravilhoso que compartilhamos com os nossos pequenos, sempre em contato com mamãe ou outra pessoa de confiança. Para isso, uma fotógrafa irá captando durante o encontro a mágica dos olhares, caricias, sorrisos, sonecas e demais gostosuras que acontecem enquanto slingamos os nossos filhotes.

Quantas mais pessoas comemoremos juntas, mais lindo vai ficar, e mais gostoso será o encontro! A reunião de mães -e pais- que criam juntos sempre resulta numa troca deliciosa.

Serão bemvindos pais, mães, tias e tios, avós e avôs, irmãs e irmãos, recém nascidos, bebezões, crianças, babás, padrinhos e madrinhas... E todo aquele que desfrute inmensamente desta forma de viver a criação do bebê/criança.

Tragam o seu sling, do tipo que fôr (salvo aqueles não ergonômicos, por favor): sling de argola, wrap sling, Mei Tai, canguru ergonômico, kanga, pouch, rebozo... E se não tiver, a gente empresta um!!

Para poder tirar as fotos, será necessário assinar um consentimento de uso de imagem para o portifólio da fotografa, que estara disponivel no dia do evento de forma gratuita. Todas as familias receberão via email duas fotos em alta resolução sem custo. As fotografias não serão utilizadas para nenhum outro fim.

Quem quiser participar do evento, escreva um email para mim -Elena-: mamaedoula@gmail.com

Nos vemos!

Divulgue!

jueves, 6 de septiembre de 2012

De novo a culpa... Quando o desmame natural vem da mãe

Amamentação, como já sabemos, é sempre coisa de dois: mãe e bebê, peito e boca, leite e fome, dar e receber, abraço e olhar, oferta e demanda, amar e ser amado. Se uma parte da díada não flui na amamentação, atinge a outra sem lugar a dúvidas. Por isso uma pega errada causa ferimentos no bico da mãe, e uma mãe ansiosa difficulta a mamada do filho. Por isso uma demanda atendida sem horários consegue a quantidade e qualidade de leite precisos para esse bebê naquele preciso instante.

Para que um bebê possa se alimentar do leite da mãe é preciso que a mãe queira lhe amamentar. Para que essa amamentação seja bem sucedida é preciso que a mãe confíe e se dê, conforme a demanda do filho.

Cada vez são mais as mães que querem amamentar conforme o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS): em exclusiva e sob livre demanda durante os primeiros seis meses, complementando com outros alimentos até o primeiro ano, e depois mantendo o aleitamento até, pelo menos, completar o segundo ano de vida. Depois disso, sem limites de idade, até quando mãe e filho/a quiserem. Essa é a recomendação oficial, internacionalmente adotada por quase todos os governos como propria, inclusive o brasileiro.

Desmame natural

Mas as mães que querem fazer as coisas desta forma, amamentando naturalmente sem ligar para determinadas pressões sociais que olham mal para uma criança "grande" mamando, muitas vezes se esquecem deste princípio básico que acabei de comentar: que amamentação é coisa de dois. Estas mães geralmente pretendem amamentar "até que o meu filho não queira mais, até ele largar o peito sozinho".

Acontece? Sim, é claro que isso acontece. Desmame natural é isso mesmo. É lindo amamentar até o filho começar largar o peito sozinho. É lindo, mas é duro também, pois geralmente estas mães passam por uma espécie de duelo quando o filho decide não mamar mais (proceso que geralmente demora muitos meses, e quase nunca é de um dia para o outro, salvo situações determinadas com condicionantes específicos).

Significa o final de uma fase especial de união amorosa única ente mãe e filho. É uma despedida, como todas as definitivas, sofrida. E traz uma saudade inmensa do filhote com boquinha de peixe grudado no peito olhando direto no olho da mãe, melancolia do sorriso furtivo com o bico ainda na boca, lembranças daquele mamá sanador após um machucado ou magoa emocional, da mãozinha dele brincando com o nosso colar enquanto mama. O melhor re-encontro após um dia de escola. A maneira mais gostosa de pegar no sono.

De qualquer forma, é lindo pensar que nós, mães, conseguimos respeitar o filho, nos dando -literalmente- a eles, até que ele mesmo não quis mais. As mães que conseguem este tipo de desmame natural geralmente comentam orgulhosas que "amamentei até ele sozinho largar o peito, até ele não querer mais". Lindo.

A outra cara da moeda

Mas e a mãe? O que acontece quando é a mãe quem sente que é hora de desmamar?

Não, não estou falando de dela decidir, racionalmente, que "já deu", ou que "para ele ficar menos dependiente de mim vou parar de amamentar", ou "a pediatra disse que o meu leite já não é tão importante assim e posso desmamar".

Não, não falo de desmame racional, de um desmame dirigido pelo motivo X ou Y, de um desmame programado e controlado, de um desmame por escolha cognitiva. Estou falando de um desmame NATURAL por parte de mãe. Isso tem um nome, e chama "Agitação da Amamentação". Não o desmame (que já tem este nome), senão essa sensação de rejeição da mãe.

Acontece, em muitas ocasiões, que a mãe que amamenta de forma prolongada (geralmente não acontece esta sensação antes do ano e meio, ou dois anos...) começa sentir uma rejeição intensa quando o filho começa sugar o peito dela. É uma força que vem de dentro. Não tem nada de racional. Não é dor. Não é desconforto. É uma sensação muito forte, interna, de rejeição. Sob risco de misturar asuntos aparentemente "nada a ver", creio que vale esta comparação, por se tratar de dois momentos intensos na sexualidade de mulher:

Quando uma mulher pratica o sexo, em plena liberação de oxitocina se sente imensamente poderosa, plena e feliz. Não tem nada melhor nesse momento. Depois de alcançar o clímax, essa oxitocina cai e a mulher sente uma rejeição muito grande se, por exemplo, continuam lhe "cutucando" o clítoris. Não é? É uma sensação de "sai daí AGORA".

Bom, esta Agitação da Amamentação é algo similar. É uma rejeição intensa não ao filho, senão à sucção da mamada. As mães descrevem sensações como as seguintes:

-"Sempre senti muita felicidade e muito prazer quando amamentava, fosse em casa, no banco da pracinha, no frio o no calor, fosse um filho ou o outro. Pois agora, em algumas ocasiões, quando o meu filho mais velho, de 2 anos, está mamando, sinto uma especie de mal humor, como uma irritação. Sinto vontade de lhe dizer: "vai, sai daí". Tadinho, não lhe digo isso, mas tento lhe distrair. Me perturba muito que me falte esse alto astral que empre esteve aí nos nossos momentos de amamentação. Por sorte isso só acontece algumas poucas vezes, não sempre, deve ser quando eu estou mais cansada. Penso que deve ser uma espécie de sinal neuroendocrina para começar pensar no desmame..."

-"É um sentimento como de desagrado, não de dor física... E muita culpa por me sentir assim, porque o meu filho não tinha culpa de nada. Nos ajudou muito combinar o tempo da mamada, como contar até 10 ou até um númer que ele e eu tínhamos combinado".

-"Minha filha já mamava apenas umas chupadinhas antes de dormir, cada dia, e creio que não tinha já mais leite. Ela dizia que sim com os dedinhos, que um pouquinho sim, enquanto mamava, mas a minha sensação de criança mamando com o peito vazio era pouco agradável. Eu sentia falta daquela sensação de peitos cheios, e o alivio e o agradavel que era sentir a minha filha esvaziando eles".

-"Meu filho desmamou com 2,5 anos, coincidindo com o segundo mês de gravidez do meu segundo filho. Comecei sentir esse desconforto, essa sensação esquisita, esse querer que ele terminasse rápido, o medo dele acordar de noite querendo mamar. Pensei que talvez o meu corpo estivesse me enviando um sinal para começar o desmame. Senti uma pena enorme de que um momento tão gostoso começasse virar uma obrigação dseconfortável, não queria ficar com essa lembrança amarga. Comecei fazer do nosso "momento especial" algo differente. Não deixamos de tê-lo, só mudamos mamada por carinhos de outro tipo. Não foi duro em absoluto para ele, mas eu fiquei chorando e com sentimento de culpa várias semanas".


Quando acontece?

Geralmente dsecrevem ter sentido ou estar sentindo esta Agitação da Amamentação algumas mães que amamentam um filho durante uma segunda gestação, ou mães que amamentam dois filhos de differentes idades (em tandem), sentindo esta agitação quando o mais velho mama. Também acontece com mães de crianças maiorzinhas que "ainda" mamam, ou com mães que começaram menstruar de novo. Às vezes elas sentem isso só durante a TPM, outras nos dias que estão menstruando, ou quando estão ovulando... Normalmente é mais frequente quando a mãe está mais cansada ou estressada.

E da mesma forma que tem mães que sentem isso, tem outras que nunca sentiram nada parecido, mesmo amamentando filhos de 6 anos. Quer dizer, a Agitação da Amamentação pode acontecer aos dois anos, aos 5 ou nunca, não tem uma idade na qual isto acontece. Me decidi escrever sobre a Agitação da Amamentação porque se sala pouco disso, e quando acontece com uma mãe, rara vez pensa que "isso faz parte", se sentindo mal, estranha e até culpada. Quase não temos no nosso entorno mães que amamentem de forma prolongada, por tanto estas coisas não são muito cohecidas. E a que conhecemos, muitas vezes não falam disto por sentir que "alguma coisa está errada". Então fica em silêncio, o que não ajuda a normalizar mais uma fase da amamentação, que pode acontecer com outras mães.

Daí chega a culpa

Quando a mãe percebe que em várias ocasiões vem sentindo esta rejeição tão intensa e poderosa quando o filho mama, muita vezes se sente péssima. Como eu disse, geralmente são mães que decidiram amamentar de forma prolongada "até o filho largar o peito". Estão respeitando ele e, derrepente, são elas as que não querem mais ele grudado no peito. Mas não querem mesmo, é uma força intensa que vem de detro para deixar isso bem claro. Como aceitar algo assim, se eles, que são adultas e teóricamente deveriam poder controlar o que sentem e fazem, não conseguem mais amamentar de uma forma gostosa? Isso dói.

Muitas mães consideram que não deveriam estar sentindo isso, que o filho não merece ser rejeitado assim. Quando isso acontece durante uma nova gestação, ou com a chegada do irmãozinho, esse sentimento de culpa se multiplica, pois pode parecer que estamos rejeitando o mais velho em favor do recém chegado, o que para uma mãe é completamente inconcebível.

Talvez ela compreendendo que é a natureza dela falando, agindo, e não o seu coração, poderia ficar mais tranquila ao respeito dos sentimentos dela pelos filhos. isso acontece, tem nome, está registrado e estudado. Não é ela agindo mal, ou sentindo coisas erradas, é uma força muito maior, a do instinto, lhe enviando alguma mensagem. Não cabe a culpa, o amor dela pelo filho mais velho não é menor por sentir isso. Ela pode continuar lhe amando cada dia mais, como até agora, em por isso deixar de respeitar o que o corpo lhe diz.

O que fazer

Lembremos aquele princípio: amamentação é coisa de dois! Da mesma forma (voltando às comparações com outros aspectos da vida sexual femenina) que é quase impossível chegar ao orgasmo ao mesmo tempo que o homem, é quase impossível sentir que está na hora de desmamar ao mesmo tempo que o filho. Às vezes será ele quem decida largar o peito, deixando a mãe com o dificil papel de assimilar aquilo. E outras será a mãe quem sinta que já deu, sempre me referido a uma sensação natural e instintiva, e não a uma decisão racional. Este caso é mais complicado, pois quem fica com o papel difícil é o filho, né? Daí a mãe pode ajudar com recursos de adulto, é claro, para não lhe deixar "largadão".

Onde fica, tantas e tantas vezes, o respeito a nós mesmas? Crianças aprendem por imitação quase tudo na vida. Talvez se lhes ensinamos a nos respeitarmos a nós mesmas, eles apreendam a se respeitar elas mesmas também.

O que fazer, então? Que tal respeitar esse instinto que nos vem tão de dentro quanto aquele que nos fez amamentar em corpo e alma até esse momento? Se o nosso corpo está nos dizendo "chega", por que não lhe escutar agora? Por que priorizar a razão nesta hora? Não é que a natureza é sábia? Então acreditemos nela, confiemos nas razões dela!

Podemos fazê-lo sem deixar de respeitar o nosso filho, que é com certeza o que não queremos deixar de fazer. Podemos ir explicando de uma forma compreensível à idade dele que o peito está cansado nessa hora, ou que a mamãe não está se sentindo bem para amamentar nesse momento... Podemos distrair a criança com outras coisas do interesse dela quando peça para mamar, como outros alimentos (um suco, talvez?), ou brincando com ele, ou lhe oferecendo outras formas de carinho e aconchego, como abraços, coceguinhas nas costas... cada mãe sabe do que o filho gosta e o que pode ser apropriado em cada momento.

Desta forma, de um modo gradual, podemos ir escutando o nosso corpo, respeitando-o, sem também forçar nada brusco com a criança, pois às vezes ela vai aceitar essas outras alternativas, e outras não. E vamos aos poucos. Mas fora culpa quando é o corpo quem nos fala, ta? Escutemos, compreendamos e decidamos :)

Elena de Regoyos
Artigo de MamaÉ
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